Catarina Ferreira (1990)
Nas minhas mãos tenho o maior poder / Escrevo os medos e alegrias sem crer / Que esta minha condenação / Será a minha salvação
Flor Campino (1934)
Fui outrora cariátide num templo antigo / e pintora de papiros no Alto Egipto. Insone, / sou hoje a vestal que a hora do lobo
João Manuel Ribeiro (1968)
Outro e outro e outro / não se cansam os relâmpagos / de beijar a montanha
José Alberto de Oliveira (1945)
Por mais que o vento / sopre lá fora // o leite e o mel resplendem / nos ângulos da cozinha.
Manuel Araújo da Cunha (1947)
Presos nas amarras / inventamos horizontes / Quem me leva / ao corpo do rio / e a morrer dentro dele
Marília Miranda Lopes
Assim os meus nervos / Em socalcos nos veios / Assim o cingir da pulsação / No vestido que aperta
Aurelino Costa (1956)
Vêm de um canto da sala, / as vozes e eu / vejo-as salubres sombras / nos altares / enquanto um caracol / nas paredes corre
José Rui Teixeira (1974)
trago dentro de mim um mar imenso / feito de vagas tristes / e sonhos vagos