Almeida Garrett (1799-1854)
É lei do tempo, Senhora, / Que ninguém domine agora / E todos queiram reinar.
Reiner Kunze
Manhã após manhã o seu toque devasta / o meu sono, como se fosse vontade de deus castigar aqueles / que à noite não conseguem adormecer / no mundo dele
Carlos Tê (1955)
Já não há mais o vagar / de quando se comia sentado / e devagar se caminhava / até chegar a qualquer lado
Rui Reininho (1955)
Quando um barco tem pés para nadar / as ondas só vêm chatear / Lá do fundo do mar imundo imenso sais / Oh! Neptuno e as tuas sereias sensuais / e vendes o cais
Marília Miranda Lopes
Assim os meus nervos / Em socalcos nos veios / Assim o cingir da pulsação / No vestido que aperta
Pedro Homem de Mello (1904-1984)
Quando são mansos, parecem lírios. / Parecem rosas quando são bravos. / A igreja é bosque, cheio de círios, / Gótica igreja, cheia de cravos.
Pedro Alvim (1935-1997)
Sete homens foram presos / quando pela noite / os cabelos puxavam / a uma rapariga.
Filipa Leal (1979)
Demoro-me neste país indeciso / que ainda procura o amor / no fundo dos relógios,
Luís Veiga Leitão (1912-1987)
Natal é uma voz circular / calor de um ovo na palha dos ninhos / e música de flautas habitando / a solidão dos caminhos
Maria Marcelina (1921-2005)
Nem sonho / Nem verdade / Ou fantasia / É a Arte que cria / Não cria o sonho / Não é sequer verdade / Mas é sonho / É verdade / E fantasia
Víctor Valqui Vidal (1942)
No tengas miedo / a lo que no conoces. / El extraño puede ser / una nueva amistad.