COMPARTILHAR
Inicio Do outro mundo Vinte e oito ...

Vinte e oito rapazes por Walt Whitman

Vinte e oito rapazes por Walt Whitman

0
183

Vinte e oito rapazes tomam banho na praia,
vinte e oito rapazes e todos muito amigos;
vinte e oito anos de vida feminina e todos tão sós.

Ela tem uma linda casa junto à colina da margem,
esconde-se, bela e ricamente vestida, por detrás dos estores.

Qual desses rapazes é que ela prefere?
Ah, o mais rústico de todos parece-lhe belo.

Para onde vais, senhora? pois estou a ver-te,
chapinas ali na água, mas estás imóvel no teu quarto.

A dançar e a rir ao longo da praia apareceu a vigésima nona banhista,
os outros não a viram, mas ela viu-os e amou-os.

As barbas dos jovens reluziam e a água escorria-lhes pelos longos cabelos,
pequenos jorros escorriam dos seus corpos.

Uma mão invisível deslizou pelos seus corpos,
desceu trémula pelas fontes e pelos membros.

Os rapazes flutuam de costas com os seus ventres brancos protuberantes
ao sol, não perguntam quem se agarra a eles com tanta
firmeza,
não sabem quem respira e se inclina curvando-se como um arco,
não pensam quem salpicam com a espuma.

Por Walt Whitman in Folhas de Erva,  Relógio d’Água, abril 2010, tradução de Maria de Lourdes Guimarães, página 48

Partilha

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here