Ver-me em lágrimas é uma novidade,
raramente os quadros me provocam isto:
estes rostos com os olhos vulneráveis
e os lábios tão suaves que convidam a um beijo;
o marido de cabelo comprido, a olhar para a sua noiva
com claro desejo, a sua mão à volta
do pulso dela, seis anos antes de ela morrer
ambos tão vivos e tão longamente enterrados.
E aqui está um marido que se assemelha a ti
quando eras gordo e barbudo. É demasiado.
Ele parece tão feliz e a mulher também,
ainda a sorrir, agora já não se podem tocar.
Alguém há-de ler a nossa história, a cada instante.
Talvez se sintam assim. Talvez chorem.
in Family values, Faber and Faber, 2012, página 32, versão de PML
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