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Duplicidade do tempo por João Cabral do Melo Neto

Duplicidade do tempo por João Cabral do Melo Neto

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O níquel, o alumínio, o estanho,
e outros assépticos elementos,
ao fim se corrompem: o tempo
injeta em cada um seu veneno.

A merda, o lixo, o corpo podre,
os humores, vivos dejetos,
não sem corrompem mais: o tempo
seca-os ao fim, com mil cautérios.

in Museu de tudo, Alfaguara, outubro 2009, página 103

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