1804
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Paulo José Borges (1969)

Paulo José Borges (1969)

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1804

8.
POEMA DOS NOMES

Na minha rua viviam

a Brazelina,
a Durvalina
o Porfírio,
a Aureliana
a Miquelina
a Iria
a Mimosa
a Evangelina
o Maximiliano
a Graziela
e até a Liberdade

o que é mais do que suficiente para que
vos roais de inveja.

só ainda não vos disse
que vivi a dois passos da
Felicidade.

in Um ócio todo estendido, Edição da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, dezembro de 2019, página 62

7.
MAS AGORA

quando não tinha microondas
não me fazia falta nenhuma.

quando não tinha telemóvel
não me fazia falta nenhuma.

quando não tinha aquecimento central
não me fazia falta nenhuma.

quando não tinha carro
não me fazia falta nenhuma.

quando não te tinha
não me fazias falta nenhuma 

6.
MONÓSTICO DE CARBONO

Ou como um só verso pode ser letal.

in Um ócio todo estendido, Edição da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, dezembro de 2019, página 55

5.
ENSINO BÁSICO

É quando olho para ti
que finalmente entendo por que razão
a Física e a Química
fazem parte da mesma matéria. 

4.
POEMA DULCÍSSIMO

O teu amor está cada vez
Mais enjoativo. Diabético.
Disse-mela 

3.
POEMA DA CONSUMPTION

António Nobre
era um poeta do século dezanove.
Lá na praia da Boa Nova um dia
As petrolíferas poluíram de
Crude crudelíssimo os
Poemas que lhe brotavam diretamente dos
Pulmões.
O que é a fantasia…
O livro mais triste de Portugal
Foi lançado ao mar qual pipeline abissal.
É só.…

2.
POEMA FECHADO

A minha vida dava um livro.

1.
POEMA TÍMIDO

Espreitou-me um verso
A ver se estava alguém.

Corado avistou-me:
diz que já não vem. 

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