COMPARTILHAR
Inicio Do outro mundo Posto de gaso...

Posto de gasolina por Carlos de Oliveira

Posto de gasolina por Carlos de Oliveira

0
99

Poiso a mão vagarosa no capô dos carros como se afagasse a crina dum cavalo. Vêm mortos de sede. Julgo que se perderam no deserto e o seu destino é apenas terem pressa. Neste emprego, ouço o ruído da engrenagem, o suave movimento do mundo a acelerar-se pouco a pouco. Quem sou eu, no entanto, que balança tenho para pesar sem erro a minha vida e os sonhos de quem passa?

in Trabalho poético [Sobre o lado esquerdo], Livraria Sá da Costa Editora,  3.ª edição, 1998, página 185

Partilha

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here