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Jardim abstrato por Hart Crane

Jardim abstrato por Hart Crane

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A maçã pendurada no ramo é o seu desejo, –
suspensão brilhante, imitação do sol.
O ramo prendeu-lhe a respiração e a voz,
o movimento silencioso a subir e a descer
de galho em galho sobre ela, a ofuscar-lhe os olhos.
Ficou prisioneira da árvore e dos seus dedos verdes.

E então começa a sonhar que é a árvore,
o vento possuindo-a, tecendo as suas jovens veias,
elevando-a ao céu e ao azul veloz,
afogando a febre das mãos na luz do sol.
Não tem memória, nem medo, nem esperança
para além da relva e das sombras a seus pés.

tradução PML

ver obra da autora aqui 

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