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Sete perguntas a Rui Azevedo Ribeiro

Sete perguntas a Rui Azevedo Ribeiro

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PRIMEIRO tivemos a geração dos Maneis e das Marias, depois a dos Paulos e antes que chegasse a das Inêses e dos Joões, surgiram os filhos da Ruindade. Eles são Ruis que nunca mais acabam e cada um mais diferente do que o outro. De entre os nativos desta última criação temos Rui Azevedo Ribeiro (usa dois apelidos para se distinguir dos restantes), natural da República Federal da Alemanha, vive agora a conselho no Porto, tornou-se catedrático na Diversidade e diz que o seu trabalho, as mais das vezes tridimensional, não é nenhuma região autónoma de si próprio.

Por Paulo Moreira Lopes

1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?
Nasci em 31 de Dezembro de 1975. Sou daqueles que no dia seguinte ao aniversário pode dizer: fiz anos ontem e volto a fazer este ano, mas dá-se o caso, até ver, de ser sempre feriado e ninguém me ouve. Quanto à natural idade, e consultando o meu BI, vê-se lá, no campo designado para esse enfim, RFA (República Federal da Alemanha), que penso que seja ou tenha sido, um país devidamente acreditado pela FDA (Food and Drugs Administration) estadunidense, uma espécie de ASAE americana. É claro que nada disto é provável, pois o BI como os iogurtes expirou e é bem possível que tenha sido sempre caduco.

2 – Atual residência (freguesia e concelho)?
Eu vivo, a conselho, no Porto. A freguesia fundiu-se. E antes de se funder, usava o nome de solteiro Santo Ildefonso. Como se sabe, ou se deveria saber, Santo Ildefonso é um santinho espanhol de Toledo. A minha mãezinha desde de muito cedo me diz: “este rapaz está com toledo!”. Ora quando cresci um pouco e me tornei num tóxico independente (não gosto da palavra independente vou usar antes paralelo); então reformulando: quando mais crescidinho me tornei num tóxico em paralelo (agora sim, porém segundo a minha agência de datings tenho algures no infinito um encontro – ando nervoso!) e sabendo que na cidade que me foi aconselhada, há muita freguesia de-vota em Santo de toledo, disse então para com os meus botões (acerca dos botões tenho que esclarecer o seguinte: quando os botões estão em casa têm uma conversa, e quando saem de casa têm outra – não se lhes pode confiar muito!); disse-lhes: «É prá li que vamos!» e com eles em ponto de cruz, que tomei por sinal (da cruz), dissemos em uni-sono: «seja o que adeus quiser!».

3 – Escolas/Universidade que frequentou no distrito do Porto?
Andei na Universidade daquelas com cursos mínimos de cinco anos bem antes desta bolonhesa, porém fui sempre mais da Diversidade. Por ordem decrescente alisto as minhas pré escolas, pós escolas e emvez escolas na cidade do Porto: 1. Café Ceuta; 2. Café Cabo Verde (incendiou-se); 3. O Café Luso (o antigo); 4. Café Salão Olímpico; 5. Café Piolho; 6. Café Aviz; 7. Café S. Lázaro (o antigo); 8. Café Asa de Mosca; 9. Café Belas Artes (o antigo); 10. Café Embaixador; 11. Café Águia de Ouro (é agora a base de laje de uma fast-food norte americana), 12. Café Estrela d’Ouro (o antigo); 13. Café Garça-Real; 14. Café Astronauta (foi prás luas!); 15. Café Brasileira (fechou pró copo talvez abra prá copa); 16. Café Apolo; 17. Café Cifrão; 19. Café Progresso; 20. Café Ponto de Encontro; 21. e 22. Café Orfeu e Orfeuzinho; 23. Café Java; 24. Café Itália; 25. Café Cenáculo; 26. Café Barcarola; 27. Café Célia, 28. Café Bom-dia. Nota: poderá surpreender a ausência das escolas Café Majestic; Café Velasquez e o Guarani, mas no meu tempo de escola, estes já eram para menininhos de farda! E lá continuam a enfardar à grande com as propinas que cobram. O que vale é que são cada vez mais umas escolas de línguas estrangeiras!

4 – Habilitações literárias?
Licenciado com distinção meio-mestrado do tesão!

5 – Atividade profissional?
Leitor, editor, escritor, ex. stôr.

6 – Em que medida o local onde viveu ou vive influenciou ou influencia o seu trabalho artístico/literário/profissional por referência a fenómenos geográficos (paisagem, rios, montanha, cidade), culturais (linguagem, sotaque, festividades, religião, história) e económicos (meio rural, industrial ou serviços)?
Surpreendido com esta pergunta pois pensava que desde Darwin já se saberia que o galho faz o macaco… Cheira-me a cien-teologia a mais para uma coisa que de me parecer tão óbvia me escuso a entrar em grandes justificações. O local onde estou influencia-me a mim e ao meu trabalho que não é nenhuma região autónoma de mim: “Nenhum homem é uma ilha!”

7 – Endereço na web/blogosfera para o podermos seguir?
www.edicoes50kg.blogspot.com

Publicado originalmente em 20 de fevereiro de 2014

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