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Sete perguntas a Ana Pina

Sete perguntas a Ana Pina

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ANA Pina é natural do Porto e vive numa das freguesias da Baixa: Cedofeita. Com formação em arquitetura (Escola do Porto), dedicou-se a criar joias para adornar o corpo e arte para alimentar a alma. São produtos de autor sob a marca do mesmo, no caso específico, da mesma. Confessa que ambas as opções, arquitetura e joalharia, foram voluntárias, mas também facilitadas pela proximidade com a Faculdade de Arquitetura (cuja fama atrai alunos de todo o país) e com a indústria da joalharia de Gondomar. No final, fica contente por ter sido escolhida pela cidade onde vive.

Por Paulo Moreira Lopes

1 – Data de nascimento e naturalidade (freguesia e concelho)?

Nasci a 17 de Junho de 1980, na freguesia de Miragaia, no Porto.

2 – Atual residência (freguesia e concelho)?

Cedofeita, Porto.

3 – Escolas/Universidade que frequentou no distrito do Porto?

Completei o ensino secundário na área de Artes na Escola Secundária do Padrão da Légua (Matosinhos), depois segui para a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, onde terminei a Licenciatura em 2004. Após trabalhar alguns anos nessa área, decidi aventurar-me na joalharia contemporânea e segui esse curso, que terminei em 2012, na Escola Engenho e Arte.

4 – Habilitações literárias?

Licenciatura em Arquitectura, pela FAUP.

5 – Atividade profissional?

Embora a minha formação seja em arquitectura, neste momento dedico-me totalmente à minha marca, desenvolvendo trabalhos nas áreas da joalharia contemporânea e ilustração. A joalharia tem vindo a ocupar um lugar cada vez mais preponderante na minha carreira profissional, podendo assumir-se agora como a minha actividade principal.

6 – Em que medida o local onde viveu ou vive influenciou ou influencia o seu trabalho por referência a fenómenos geográficos (paisagem, rios, montanha, cidade), culturais (linguagem, sotaque, festividades, religião, história) e económicos (meio rural, industrial ou serviços)?

Gostamos de pensar que somos livres de construir o nosso destino, mas não podemos escolher o sítio de onde viemos e o contexto em que vivemos, pelo menos até determinada idade, bem como a influência que isso poderá ter no rumo da nossa vida.

Não posso com toda a certeza afirmar que o local onde nasci ou vivo influencia por si só o meu trabalho, mas certamente que foi contribuindo ao longo da minha vida para algumas escolhas determinantes.

Durante os anos da Faculdade via colegas a virem de todo o país para estudar arquitectura na minha cidade, perseguindo a fama da chamada Escola do Porto, num edifício desenhado por um dos seus maiores expoentes (Álvaro Siza), mas para mim esse privilégio nasceu sobretudo da proximidade física para a qual tão pouco contribuí.

Só depois de estudar na FAUP, trabalhar e, mais tarde, morar efectivamente no centro do Porto me apercebi do valor que esta cidade foi assumindo para mim e do prazer que sinto por cá viver. Com o passar do tempo pude estabelecer uma relação de proximidade que se foi estreitando com a vivência – e quanto mais viajo mais sinto que no regresso desejo aqui voltar, como desejamos sempre poder contar com o conforto de um dado adquirido que achamos merecer por sempre ter sido nosso.

Há escolhas que se tornam inevitáveis pelo meio em que vivemos e, por muito voluntárias que sejam, é certo que se o contexto fosse outro, as escolhas seriam igualmente voluntárias, mas diferentes – as escolhas não nascem connosco, mas de momentos, de lugares, de pessoas que conhecemos.

Se por um lado a determinação geográfica me levou a estudar arquitectura (ou a tornar mais acessível esse caminho), a escolha mais tardia da joalharia como caminho alternativo a seguir, foi certamente muito facilitada pela proximidade de um grande centro com escolas nesta área e a importância de Gondomar enquanto referência no contexto desta indústria.

Mas para além das considerações práticas ou logísticas, as outras, as que realmente escolhemos ou partem de nós (ou gostamos de pensar que sim), as que nos levam a desenvolver o nosso trabalho, sobretudo numa área artística como a minha, tal como ele é – um reflexo do que somos, daquilo de que gostamos e queremos reconhecer como nosso – são talvez menos óbvias e por isso tão mais difíceis de identificar. Ainda que a minha ligação ao Porto não seja reconhecível no meu trabalho, é um elemento que, por estar presente em mim e nas escolhas que fui assumindo, pesará, ainda que subtil e inconscientemente, no resultado.

No final, fico contente por ter sido escolhida e não ter tido que escolher esta cidade – o que será, talvez, o mais importante.

7 – Endereço na web/blogosfera para a podermos seguir?

www.anapina.com
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