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Paulo Brito, 23 anos

Paulo Brito, 23 anos

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PASSARAM-SE mais de cinco anos desde que Paulo Brito, 23 anos, seguiu para Espanha: terá saído em finais de Agosto e regressado em meados de Novembro de 2008, um período durante o qual diz ter sido espancado sucessivamente, ameaçado, escravizado. Agora conta a sua história e dá a cara para que o seu gesto alerte outros a não entrarem no mesmo engodo.

Quando Paulo Brito atendeu o telefone para marcarmos a entrevista, disse-nos que queria dar a cara. Voltámos a perguntar se tinha a certeza da sua decisão quando nos encontrámos em Penafiel. “Certeza absoluta.” Tem esperança de que o seu gesto alerte outros a não entrarem no mesmo engodo que ele. E, quem sabe, acelere um processo que está parado porque o homem que ele e o Ministério Público acusam, entre outros crimes, de escravidão e tráfico de pessoas — o espanhol Manuel Machado (nascido em 1980) — está desaparecido e tem faltado sucessivamente aos julgamentos. O último esteve marcado há um ano. De acordo com a Procuradoria-Geral da República, Manuel Machado “foi declarado contumaz no dia 21 de Dezembro de 2012, aguardando-se desde essa data conhecimento do seu paradeiro ou que o mesmo se apresente em juízo”.

Passaram-se mais de cinco anos desde que Paulo seguiu para Espanha: terá saído em finais de Agosto e regressado em meados de Novembro de 2008, um período durante o qual diz ter sido espancado sucessivamente, ameaçado, escravizado. Segundo a Polícia Judiciária (PJ), Manuel Machado já tinha antecedentes criminais em Espanha por crime idêntico.

“Fui um escravo, fui um sem-abrigo, fui tudo e mais alguma coisa. Só não tive foi cabeça para fazer as coisas de outra forma”, diz. O que é que teria feito? “Tinha usado mais de mim, não tinha chegado a tanto.”

Depoimento na primeira pessoa editado a partir de excertos de uma conversa com Paulo Brito.

2008

“Na altura em que fui para Espanha, tinha 18, 19 anos, e foi a seguir a uma época muito difícil para mim. Faltava muitas vezes à escola, tinha faltas disciplinares por mau comportamento, essas coisas inúteis: tenho o 6.º ano e estou muito arrependido de não ter cabeça para mais. Então aí com uns 16 anos puseram-no num colégio, a Oficina de S. José, no Porto. Saíamos ao fim-de-semana para ir a casa. No colégio, um grupo de jovens matou uma transexual [a Gisberta, em 2006]. Com aquela transformação, o colégio ficou sem alegrias. Houve uma pessoa que adorava, o director-geral — era o meu pai, o meu amigo, um irmão — que se suicidou ao ver esta situação. Passados dias, faleceu o meu irmão do meio, na praia da Nazaré, afogado.

Tenho seis irmãos. Os meus irmãos vivem com a minha mãe, menos a minha irmã, que vive em Trás-os-Montes e foi criada com os meus avós, deve ter os seus 30 anos. A minha mãe é doméstica, recebe o Rendimento Social de Inserção, é a única da família porque o resto vai trabalhando. Não tenho interesse nenhum em depender disso.

Fui um escravo, fui um sem-abrigo, fui tudo e mais alguma coisa. Só não tive foi cabeça para fazer as coisas de outra forma

Digo sempre que não tenho pai. Porque quando nasci ajudou a criar-me até aos 2/3 anos e depois pegou nas coisas e abalou sem olhar para trás. A minha vida foi sempre muito triste. Tenho um irmão esquizofrénico e havia vezes que eu não queria entrar em casa. Ele agora está internado.

Saí do colégio aos 18 anos. Depois aceitei um convite para ir trabalhar para as feiras.

Quando o conheci [ao Manuel Machado], estava eu a trabalhar numa roulotte de pão com chouriço. Ele apareceu lá, pediu uma hambúrguer para ele, para a filha e para a mulher. É um homem dos seus 30. Era feirante, tinha um carrossel pequenino, com dois ou três helicópteros. Convidou-me: ‘Ajuda-me a pôr o taipal para cima.’ Começámos na brincadeira, fez aquela aproximação para experimentar. Ele viu que eu ia nas brincadeiras dele, pronto…

Quando acabaram as festas, convidou-me a trabalhar com o sogro dele, que tinha um carrossel. Estive lá dois/três dias. Acabou a feira e recebi um telefonema dele a dizer: ‘Já estou a chegar ao Porto’, ‘espera que vou aí buscar-te, vou falar à tua mãe que vais para Espanha’. Veio ele, a mulher e o empregado [português].

Entrei nesta aventura porquê? Porque eu nunca tinha ido a Espanha. Foi uma aventura estúpida. Chamou-me, fez-se amigo da minha mãe. Prometia-me 25 euros por dia para eu ir trabalhar para as vindimas.

[Cândida do Nascimento Sardinha, a mãe, de 56 anos, conta-nos por telefone que Manuel Machado quando apareceu em sua casa parecia um homem “bem falante, um patrão às direitas”, por isso é que a “convenceu”. Disse-lhe que o filho ia ser “muito bem tratado”, que ia receber X por semana e que até lhe mandaria a ela dinheiro.]

Pediu-me o bilhete de identidade, que nunca chegou a devolver. Fomos nesse dia para Espanha, numa carrinha Mercedes branca de nove lugares. Partimos eram umas seis horas. Quando entrei na carrinha, já lá estava o outro rapaz, que tinha mais ou menos a minha idade.

[Paulo Brito não se recorda bem da sequência dos acontecimentos no relato que nos faz, por vezes mistura datas e locais para onde vai. Cruzamos mais tarde a informação que nos dá a PJ do Porto com a acusação do Ministério Público. Sebastião Sousa, inspector-chefe da PJ do Porto que lidera uma equipa de investigação de crimes de escravidão e tráfico de seres humanos, diz-nos que em 26 anos de experiência aprendeu que “a amplitude espaço-temporal às vezes é tão grande” que vítimas como Paulo “têm dificuldade em situar-se”. A confusão é, portanto, mais do que normal. De acordo com a acusação, Paulo foi levado para diversos locais em Espanha e chegou a fazer pequenos trabalhos de construção civil em casa dos sogros de Manuel Machado: “Via-se que era gente com muito dinheiro”, conta-nos ele. Nas vindimas, em Logroño — La Rioja —, o trabalho decorreria normalmente segundo a sua descrição, apesar de na acusação se ler que Manuel Machado os ameaçou que não poderiam sair do local senão acompanhados por ele. Não receberia um tostão na altura pelo trabalho feito, mas nada o prepararia para o que se seguiu. O pesadelo maior terá começado em Cañada Real, perto de Madrid, onde Manuel Machado teria uma casa.]

Quando chegámos a Cañada Real, avisou-nos: ‘Vocês daqui não saem.’ Estávamos os dois a dormir num camião-frigorífico, num beliche. Fomos apanhar papelão. Andávamos pelas ruas de Madrid, nos caixotes do lixo, púnhamos [o papelão] para dentro de um camião de caixa aberta, só saíamos quando o camião estivesse cheio. Logo no primeiro dia que fomos ao papelão, ele queria rapidez. Estivemos até às 4h, 5h da manhã a trabalhar, dormíamos uma hora. Enchíamos o camião, íamos à fábrica despejar. Ele vendia o papelão à fábrica. Depois começámos a recolher paletes. Comida havia pouca. A mulher fazia o almoço só para ele e para a filha, comíamos os restos da comida deles, muitas vezes recebi ossos e já lá tinham estado outras pessoas a roer…

Era estranho ele não nos ter pago. Já tinha pensado: ‘Há muitas pessoas que vêm para o engano, pensam que é uma coisa e depois é outra. Se calhar é isso que nos está acontecer.’ Isso pensei na primeira vez que levei porrada: ao subir para a carrinha, uma palete nova partiu-se. Íamos no camião, havia dois lugares à frente. [Ele disse ao outro empregado]: ‘Muda-te.’ Passei para o lado dele. E enquanto estava a guiar batia-nos com a mão.

Para ir à casa de banho, tinha de pedir autorização e ele vinha atrás. Para tomar banho, ele tinha de estar a ver. Basicamente, tinha de andar com um cadeado dele a puxar-me, só faltou isso. Isto foi depois de eu tentar fugir a primeira vez.

Para ir à casa de banho, tinha de pedir autorização e ele vinha atrás. Para tomar banho, ele tinha de estar a ver. Basicamente, tinha de andar com um cadeado dele a puxar-me, só faltou isso

Estava a trabalhar para uma pessoa que não valia nada, sem escrúpulos, só faltava chamar-lhe cão, que é o que ele é. Houve muitas vezes em que eu queria fumar um cigarro, ele fumava, mandava o cigarro para o chão, obrigava-me a apanhar o cigarro do chão e a fumá-lo — cheguei a fazer isso, senão ele batia-me (também estava com aquela aflição de fumar um cigarro que uma pessoa esquece-se de tudo totalmente). Ele era aquele tipo de pessoa que só em filmes, só em novelas é que acontece. Houve um episódio da Liliane Marise em que ela ficou presa. Eu fiquei como ela, durante três ou quatro horas com as mãos amarradas. Dizia para eu ir buscar paus para acender a lareira. Os paus eram para mim, para me bater com eles. Usava uma bengala, quando ma pedia já sabia que me ia bater com ela.

Ele batia nas partes do corpo que não se vêem. [Eu] Dizia-lhe: ‘O quê, já me vais bater outra vez? Olha, bate-me.’ Ficava ali parado, sem fazer nada. Chorava, claro que chorava. Sentia as dores.

Até que um dia o que é que eu fiz? Nós estávamos a roubar luzes dos postes para abastecer uma parte da casa dele. E cortaram a luz, não havia hipótese de remendar. Íamos remendar com o gerador. Pediu-me para ir ao sogro buscar dois bidões de gasolina. Reparei que um dos bidões estava furado. Esfreguei a gasolina toda no meu corpo. ‘Agora vais ver se não saio daqui, nem que seja morto.’ E incendiei-me, comecei a arder todo. Comecei aos gritos porque a minha intenção era morrer ali. Veio logo com panos para me tapar e água. Ele obrigava-me a esfregar pasta de dentes no corpo, para acalmar, e água oxigenada. [Não o levou ao hospital. Preparou depois a fuga.] Eram 4h fomos dormir. Pensei: vou fingir que estou a dormir, deixo-o [outro empregado] adormecer. Ele ressonava, quando ele ressonar, visto-me e saio porta fora. Assim aconteceu. Vesti-me. Não senti dor nenhuma ao vestir-me. Saltei a vedação e comecei a correr estrada fora [terá sido a 16 de Novembro].

Estive na rua Calle del Sol, mas depois saí de lá, com medo que ele aparecesse. Estava a dormir debaixo de uma carrinha velha. Apareceu uma senhora que me levou para um albergue e no albergue [da Segurança Social espanhola] deram-me dinheiro para o transporte. Pagaram-me o bilhete de comboio até Vigo e deram-me 10 euros para vir de Vigo para o Porto. Cheguei ao Porto no dia 20 de Novembro de 2008.

[Durante o período em que Paulo esteve em Espanha foram várias vezes em que a mãe diz ter tentado ligar-lhe. Quando conseguiu falar, foi em alta voz, com Manuel Machado ao lado, e “o Paulo não podia dizer nada”. “‘Paulinho, estás bem?’, perguntava. Ele demorava muito tempo a responder”, conta. Outras vezes, ligava e ele tinha o telemóvel desligado. “Estranhei, por isso estava sempre a ligar. Não me lembrei de fazer queixa à polícia, também não sabia de nada.”

Saiu como um passarinho, que voa livremente, sem hora de pousar, sem hora de levantar. Pegou nas suas coisas, foi para Espanha. Desde 2009 que tenho recebido cartas e cartas do tribunal. Nós comparecemos e ele nada

Quando o filho apareceu, “o corpo dele estava uma miséria — o outro batia-lhe com paus, com cintos, nem sei…”. Na altura, pouco contou, “mal conseguia falar, estava traumatizado”. “Chorei tanto… Ele vinha com medo. Mal via passar uma carrinha branca…” O patrão ainda ligou à mãe a dizer que o filho tinha fugido e “que o tinha roubado, para se desculpar”. “Às vezes, tenho medo também. Quando vejo uma carrinha branca, escondo-me.”

A 13 de Junho de 2009, Paulo refugiou-se na Biblioteca Municipal do Porto, perto do jardim de São Lázaro.]

A dada altura tive o pressentimento de que estava alguém ali. Ele estava com a carrinha, passou e parou, tentou-me apanhar. Meti-me para dentro da biblioteca, pedi ajuda. A polícia municipal levou-me à judiciária para a judiciária me resolver isto.

[Manuel Machado seria detido a 29 de Junho, segundo Sebastião Sousa, depois de buscas da PJ e “inequivocamente reconhecido”. Quando é detido, alega “tudo ao contrário”, inclusivamente que foi Paulo que o contactou para trabalhar com ele e que até lhe iria pagar 35 euros por dia para as vindimas, relata o investigador. Seria apresentado no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, mas foi-lhe aplicada uma caução de mil euros, que ele pagou. Nunca mais foi visto.

Este não é o primeiro caso de escravatura que chegou aos tribunais, mas nos últimos dez anos não se sabe quantas condenações houve por este crime — os dados da justiça não mostram as ocorrências inferiores a três por uma questão de segredo estatístico, portanto não aparece nenhuma. Em Janeiro deste ano, porém, o Tribunal da Relação do Porto condenou dois indivíduos por este crime, e em 2011 o Tribunal do Fundão condenou três pessoas, naquela que foi considerada na altura a primeira condenação de sempre por escravatura em Portugal. O quadro com os processos e arguidos enviados pelo Ministério da Justiça aparece também praticamente vazio — excepção para 2012, em que houve quatro processos e seis arguidos, e para 2008, quando existiram três.

Já na PJ deram entrada, até final de Novembro deste ano, dez processos relativos ao crime específico de escravatura. Eram 14 em 2012, 15 em 2011, ou 13 em 2008. Em cada processo, pode estar mais do que um tipo de crime, mais do que uma vítima, mais do que um agressor. Sebastião Sousa diz que este é um fenómeno que tem vindo a crescer “porque se trata de um crime que gera lucros muito grandes”. Raros são os casos investigados pela PJ que são arquivados. “Todos os passos relatados por Paulo são os classicamente relatados por todas as vítimas que inquirimos em processos-crime deste tipo de investigação.” Ou seja, corresponde ao padrão de actuação dos criminosos.]

Para mim, aquela pessoa [Manuel Machado] não tem nada, nada, nada de bom, nada mesmo. Nem ele nem o tribunal português. Porque quando fiz a denúncia a Polícia Judiciária levou-o preso. Não sei se teve alguma consequência, mas passado umas horas saiu cá para fora. Saiu como um passarinho, que voa livremente, sem hora de pousar, sem hora de levantar. Pegou nas suas coisas, foi para Espanha. Desde 2009 que tenho recebido cartas e cartas do tribunal. Nós comparecemos e ele nada. Há um bocado estava aqui a escrever: estou agora aqui, mas sei que estão lá pessoas ainda, porque é difícil que uma pessoa, sem escrúpulos, como ele, esteja sozinha, sem empregados nenhuns.

São coisas que queria esquecer mas não dá para esquecer. Não dá porque o próprio sentimento de ódio que sinto é ódio puro mesmo, verdadeiro, não sei, não sei… Porque ele pode aparecer aí a qualquer momento, pode fazer-me mal, pode fazer mal à minha mãe, à minha família, porque ele sabe a minha morada.

Pedi uma indemnização de 50 mil euros. Sei que nunca vou ver esse dinheiro à minha frente, nem um euro sequer. Não pensem que eu quero dinheiro com isto. O que quero é que haja justiça e que ele fique uma boa temporada detido lá dentro. Era o maior gozo que me podia dar.

2013

Trabalho num circo. Sempre gostei muito desta vida de circo. Trabalhei noutro, mas como tinha leões, que detesto, saí. Depois encontrei este grupo que conheci em Matosinhos, fui pedir trabalho há três meses. Gosto do que faço e sinto-me bem com as pessoas com quem trabalho. Sabem cuidar bem de um empregado. Cada espectáculo que faço ganho 20 euros. Se não houver espectáculo, não recebo. Durmo aqui, a patroa fornece-nos a comida. Tenho de limpar o circo, cuidar dos animais, dos cães, dos gatos. Faço os bonecos no espectáculo: saio com o Noddy, com o Mickey… Visto os bonecos e depois ando por ali no meio da pista, ando à volta do público, cumprimento as crianças… No final, vamos todos ao palco — há muitos circos que não fazem isso. São pessoas cinco estrelas.

Pedi uma indeminização de 50 mil euros. Sei que nunca vou ver esse dinheiro à minha frente, nem um euro sequer. Não pensem que eu quero dinheiro com isto. O que quero é que haja justiça e que ele fique uma boa temporada detido lá dentro. Era o maior gozo que me podia dar

Fiquei em casa durante dois anos entre o outro trabalho e este. Tirei um curso de primeiros socorros e outro de informática. Ia à biblioteca, ia à Internet, ouvia música. Gosto de tudo, de música italiana, espanhola, francesa. Agora estou a gostar muito das músicas do Roberto Carlos, agora ando a ouvir As baleias, e aquelas músicas indianas que ninguém gosta, com as palmas e instrumentos que eles tocam.

Tenho uma grande paixão que é fotografar aviões, tenho uma paixão que nem imagina! Tenho uma máquina pequenina em casa e de vez em quando vou ao aeroporto. Aquilo é um lugar distante da cidade, se tiver problemas, nunca mais me lembro deles, se tiver um compromisso, esqueço-me. Não quero viajar, espero nunca andar de avião. Tenho medo que o avião caia. Mas a minha grande paixão são os aviões.

Uma vez o Futebol Clube do Porto foi jogar a Dublin, e disseram-me que iam chegar 26 aviões para os ir buscar. Não consegui dormir. Acordei às 3/4h, peguei na minha bicicleta e fui para o aeroporto. Levei a câmara e tive um dia inteiro a fotografar aviões. Gosto sempre de ver os aviões lá em cima, conheço-os ao longe. Trago sempre aviões comigo. Tenho aviões em miniatura que estão na minha cabeceira. É como se fosse um amuleto. Sinto muita protecção ao fotografar aviões. Sou muito feliz a fotografar um avião.”

Por Joana Gorjão Henriques publicado in PÚBLICO

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