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Vítor Oliveira (1953)

Vítor Oliveira (1953)

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VÍTOR Oliveira está desde final de Junho a viver num hotel em Chaves: “Nunca tinha feito isto, porque gosto de arranjar logo casa, onde tenho outra privacidade. Mas falaram-me deste espaço, vim ver e gostei”, conta o técnico, de 61 anos, que está alojado no antigo Forte de São Francisco, agora transformado em hotel. Durante duas horas, falou da carreira como jogador e da sua especialidade como treinador: as subidas de divisão. A mais marcante foi no Leixões, porque viu a mãe, que não ligava nada a futebol, a acenar-lhe no meio da multidão.

Nasceu em Matosinhos, em 1953. Como foi a sua infância?

Tive uma infância de grande liberdade e de alguma responsabilidade, porque os meus pais nem sempre estavam presentes. O meu pai era pescador e passava as noites no mar, na pesca da sardinha. A minha mãe era peixeira e levantava-se às 4h da manhã para ir para a lota. Mas havia um grande sentimento de família. Toda a gente se conhecia, sabíamos quem eram os pais de quem e passávamos com facilidade pelas casas uns dos outros, muitas vezes almoçávamos ou jantávamos lá.

Como eram as vossas brincadeiras?

A praia era o ponto de encontro, bastava haver um raiozinho de sol e lá estávamos nós a fazer as nossas brincadeiras e os nossos jogos.

Era bom aluno na escola?

Era acima da média a física e a matemática, nas letras era médio/fraco e nas línguas tive sempre dificuldades. Chumbei no 6º ano, tinha 12 anos, juntamente com um colega de escola primária hoje também treinador de futebol, que é o Henrique Calisto. Como castigo, fomos os dois trabalhar.

Foram fazer o quê?

O Calisto foi trabalhar para uma loja de roupas, que era a Casa Brandão, e eu fui para a Casa Moca, um depósito de produtos alimentares que fornecia as mercearias da zona de Matosinhos. Ganhava 150 escudos, o que não era grande ordenado: lembro-me de a minha mãe dizer que eu não ganhava para o sabão, porque aquilo era um trabalho sujo, moíamos café, torrávamos amendoim. Trabalhei lá todo o Verão de 1966 e serviu-me de emenda, não voltei a chumbar.

Então não viu os jogos de Portugal no Mundial 66?

Vi, porque tive a felicidade de ter lá duas empregadas que sabiam do meu gosto pelo futebol e facilitavam-me a vida no dia dos jogos: mandavam-me entregar volumes de tabaco, umas bolas de queijo. Arranjavam-me sempre umas saídas para ir entregar produtos e eu nessa altura aproveitava para ficar a ver os jogos onde calhava, em casa, no café.

Chegou a ir pescar com o seu pai?

Nunca gostei de pescar. Uma vez fui experimentar, devia ter uns 15 anos, mas os meus pais também não queriam que eu fosse pescador, porque é uma vida muito dura e arriscada. Ainda hoje é, mas na altura era mais, porque entretanto as condições de segurança dos barcos melhoraram. O meu pai chegou a naufragar três ou quatro vezes. Era sempre uma aflição, não só para eles que estavam no mar mas para toda a família, para toda a comunidade. Toda a família do meu pai esteve ligada à pesca e ao peixe praticamente durante toda a vida. Só a geração que veio a seguir à dos meus pais é que enveredou por outros caminhos.

Como é que começou a jogar futebol?

Comecei com 14 anos, no Leixões, mas antes andei dois anos no basquetebol, porque no futebol só havia juvenis e juniores. Curiosamente, da primeira vez que fui às captações do Leixões, eu, que até era um dos melhores do meu grupo, não agradei e não fiquei na equipa. Ficaram lá alguns amigos meus, que foram alertar o treinador, Óscar Marques, um dos grandes génios do futebol juvenil em Portugal. Falaram-lhe de mim, disseram-lhe que não deviam ter feito bem a avaliação, e ele mandou-me chamar outra vez e na segunda hipótese que me deram acabei por ficar.

Na altura era adepto de algum clube?

Fui sempre adepto do Leixões. Ia ver os jogos com os meus amigos. O fim-de-semana era dedicado ao futebol: começava aos sábados à tarde, com o campeonato de reservas, prosseguia aos domingos de manhã com o futebol juvenil e terminava ao domingo á tarde com a equipa sénior. O campo do clube, o Campo de Santana, ficava no meio da cidade, perto de onde é hoje a Câmara, o que facilitava. Mas quando passou a existir o Estádio do Mar, que na altura ficava a 3 ou 4 km da cidade (hoje está tudo interligado), para nós também não havia problema, íamos por uma estrada e depois íamos a corta-mato por um matagal enorme que nós chamávamos “as austrálias” e chegávamos lá rapidamente. Na altura os sócios podiam levar um miúdo como acompanhante e nós pedíamos às pessoas e entrávamos de borla. Ainda me lembro de ver alguns jogos do Leixões na Taça UEFA.

Ainda apanhou o Pedroto no Leixões?

Não, isso foi antes, mas curiosamente o meu pai trabalhou com ele e ainda chegou a fazer alguns jogos contra ele numa equipa que era o Matosinhos, que estava nos escalões mais baixos. Quando o Pedroto foi jogar para o Leixões [1949], o clube arranjou-lhe emprego, como gerente, na empresa para a qual o meu pai trabalhava como pescador.

Qual foi o seu primeiro ordenado?

O clube tinha ordenados padronizados. Toda a gente recebia 4 contos, o que com os descontos dava 3.786 escudos. Depois, no fim da época podíamos receber 40 contos de luvas, desde que fizéssemos determinado número de jogos. No geral, podia dar uns 8 contos por mês.

Como foi a sua estreia pela equipa principal do Leixões?

Foi contra o Benfica [em Setembro de 1972]. Na altura até dizíamos na brincadeira: fomos ao estádio da Luz e empatámos 6-0. Para mim, um miúdo de 19 anos, acabado de entrar na faculdade de Engenharia do Porto, jogar contra o senhor Eusébio, que era como o chamávamos, na estreia como sénior era algo inacreditável. O Benfica tinha uma super-equipa, além do Eusébio, que nesse jogo marcou três golos, havia o Nené, o Artur Jorge, o Humberto Coelho, o Vítor Martins, o Jaime Graça, tudo jogadores fantásticos e que nós só conhecíamos de ver na televisão.

Lembra-se do primeiro golo pelo Leixões?

Foi na 2ª jornada dessa época [1972/73], em casa contra o Atlético. Ganhámos 1-0 e eu marquei de cabeça, saltei entre os centrais depois de um cruzamento do Vaqueiro. Mas eu não fazia muitos golos [foram 17 como sénior]. No futebol juvenil é que marcava muito. Jogava a ponta-de-lança e como o Leixões tinha boas equipas, havia uns resultados muito desnivelados e tornava-se fácil marcar. Cheguei a ser internacional júnior por Portugal. No futebol sénior era um jogador mediano. Ainda fiz uns jogos a avançado, mas depois passei para médio esquerdo.

Em 1975, com 22 anos, saiu do Leixões, na I Divisão, para o Paredes, da II. Porquê?

Saí quando acabou o direito de opção em Portugal, que era uma coisa que nos deixava presos aos clubes de forma quase irremediável. Fiquei livre e fui para o Paredes, que me ofereceu o dobro (15 contos por mês). E depois, o fim do direito de opção não foi bem aceite pelos directores do Leixões, o que levou a que se criasse uma clivagem entre a direcção e aqueles jogadores mais sindicalizados e mais rebeldes, como era o meu caso ou do Henrique Calisto.

No Famalicão festejou a sua primeira subida à I divisão, ainda como jogador.

No Paredes aguentámo-nos na II Divisão, mas tivemos de disputar uma liguilha com o Vilanovense, da III. Houve um penálti no último minuto, eu marquei e ganhámos 3-2. Entretanto surgiu o Famalicão, que me ofereceu mais dinheiro e tinha melhores condições. Em 1977 fomos campeões da II Divisão e subimos, mas no ano seguinte não nos aguentámos. A duas jornadas do fim mandaram embora o treinador, o Mário Imbelloni, e fiquei eu, com 25 anos, como treinador, a tentar salvar a equipa. No primeiro jogo empatámos em casa com o Braga e depois na última jornada tínhamos de ir ganhar a Belém, mas perdemos.

A seguir foi para o Sp. Espinho (1979). Ainda jogava num campo pelado?

Fui convidado pelo Manuel José, que foi um dos treinadores mais marcantes da minha carreira, e com quem aprendi muito. Fiquei lá dois anos, na I Divisão, e realmente a equipa fazia um bom aproveitamento do pelado. Já havia poucos, lembro-me também do Montijo e do Rio Ave. Mas era difícil aos grandes passarem em Espinho: ganhámos ao Benfica e ao FC Porto e empatámos com o Sporting.

A seguir, no Sp. Braga, viveu um grande momento, a ida à final da Taça de Portugal, em 1982.

Eliminámos o Benfica nas meias-finais e fomos à final com o Sporting, que nesse ano fez a dobradinha. Eles tinham uma frente de ataque fabulosa: Oliveira, Manuel Fernandes e Jordão. Não nos deram hipótese, ganharam 4-0.

Foi dessa vez que o Quinito foi para a final de smoking?

Não foi de smoking, foi de papillon e com um casaco branco. O Quinito era realmente uma figura peculiar. Também me marcou muito, tinha uma filosofia de jogo romântica e uma relação próxima com os jogadores, inteirava-se dos problemas pessoais.

No Sp. Braga ainda conciliava os estudos com o futebol?

Sim. Só abandonei os estudos quando fui para o Portimonense (em 1983). Na altura andava em Engenharia Electrotécnica. Fui fazendo o curso com calma, mas já estava no quarto ano.

Foi uma decisão difícil?

Foi uma decisão de ruptura que aborreceu muito mais os meus pais, que tinham um enorme gosto em ter um filho engenheiro, do que a mim. Eu sabia o que queria, e o futebol era a minha paixão. Mudei-me para o Algarve com a minha mulher e com a minha filha, que tinha 1 ano e meio.

Como é que conheceu a sua mulher?

Através de um colega meu de Matosinhos, que tinha família em Famalicão. Um dia convidou-me para ir lá às festas e foi aí que a conheci. Ela tinha 19 anos e eu 26. Fizemos alguma amizade, ela depois veio também às festas de Matosinhos e começámos a namorar.

Já tinha tido muitas namoradas?

Sim, eu era um bocadinho namoradeiro, já tinha tido alguns namoros, uns mais sérios, outros de ocasião, mas aquele foi marcante e acabou por levar ao casamento, que ainda dura e espero que dure muitos anos. Na altura achei-a interessante, atraente, eu estava no Sp. Espinho, mas comecei a ir a Famalicão com mais frequência: um amigo meu de Matosinhos também conheceu uma amiga da agora minha mulher e íamos para lá juntos, começámos a namorar, passado algum tempo eles casaram e depois casei eu, devia ter uns 28 anos.

Como é que se divertia na sua juventude? Ia a discotecas?

Não, nunca fui muito de ir a discotecas, ainda sou do tempo dos bailes de garagem. Praticamente todos os domingos arranjávamos um espaço para onde levávamos a música, convidávamos as amigas e passávamos ali a tarde, uns 15 ou 20 pares. Depois havia também as sociedades recreativas, onde também havia bailes, em Matosinhos, Leça, Porto.

Começou a carreira de treinador em Portimão?

Fiz lá dois anos como jogador e depois o Manuel José saiu para o Sporting e fiquei eu. Tinha 31 anos e não queria, mas o Manuel José e o presidente, o sr. Manuel João, deram-me a volta. Na época anterior tínhamos ficado em 5º lugar e fomos à Taça UEFA. Mantivemos a equipa quase toda e fizemos um bom campeonato. No meu segundo ano no Portimonense as coisas já não correram tão bem e sai a meio. Regressei ao Norte e na época seguinte fui para o Maia, na III Divisão, e depois para o Paços de Ferreira.

Festejou aí a primeira subida à I Divisão, como treinador, em 1991.

Quando cheguei ao Paços de Ferreira [1988/89], à 10ª jornada a equipa estava em último na II Divisão, zona Norte. Nesse ano mantivemo-nos, no ano seguinte subimos à Divisão de Honra e depois fomos campeões: foi a primeira vez que o Paços de Ferreira chegou à I Liga. Ficámos à frente de históricos como Estoril, Académica, Leixões, Portimonense, Varzim, Sp. Espinho e U. Leiria. Nessa altura o Paços de Ferreira ainda não tinha grande expressão.

Em 1995 esteve no Vit. Guimarães, onde as coisas não lhe correram bem.

Saí em Dezembro, com a equipa a meio da tabela. O presidente, Pimento Machado, dava boas condições de trabalho mas era uma pessoa complicada na gestão dos resultados. Convivia-se bem com ele quando a equipa ganhava, mas era de difícil convívio na hora das derrotas.

Em 1996 foi para a Académica, na II Liga, e festejou mais uma subida. Andou a lutar até ao fim com o Felgueiras.

A três jornadas do fim fomos ganhar ao Felgueiras do Jorge Jesus. Nós tínhamos um ponto a mais do que eles e com a vitória lá arrumámos a questão. Curiosamente, o jogo da primeira volta, em Coimbra, também contra o Felgueiras (3-0), foi marcante porque surgiu na altura do caso N´Dinga, e a população estudantil uniu-se e encheu o estádio. A Académica estava a fazer um campeonato mediano e esse apoio foi determinante. Nesse ano, os estudantes apareceram com uma tarja que fez história: “Briosa, se vivesses no Céu morreríamos para te ver”.

Em 2007 fez a festa no Leixões. Foi a subida mais especial?

Foi a mais saborosa, até porque é o clube da minha terra e assim dei uma alegria enorme a muita gente que me é próxima.

Lembra-se de algum momento inesquecível?

Depois do jogo em que fomos campeões, contra o Chaves, a seguir fomos passear por Matosinhos no autocarro aberto e junto à Câmara, no meio dos adeptos, vi lá a minha mãe. Foi muito emocionante.

Os seus pais costumam acompanhá-lo no futebol?

Infelizmente, já morreram. O meu pai costumava ir ver os jogos, já a minha mãe praticamente nunca foi ao futebol. A minha mulher e os meus dois filhos também nunca vão ao futebol e em minha casa não se fala de futebol. Eles não gostam, não ligam, e eu também não gosto de falar, prefiro assim.

A sua mulher nunca lhe pergunta como é que foi o jogo, se ganharam ou perderam?

Se eu perder percebe-se logo, porque chego a casa com má cara. Para mim, não há outra forma de encarar uma derrota do que ficar chateado. Costumo dizer que uma pessoa quando perde, mais vale ser cão, perder é horrível, e em minha casa já sabem que quando perco as palavras são poucas.

E os seus filhos também não querem saber dos jogos do pai?

Nada. Não falam de futebol e não ligam nada.

O que é que eles fazem?

O meu filho fez um curso na área de informática e telecomunicações, está agora a fazer o estágio. E a minha filha, que é mais velha, é professora de Inglês em Aveleda, ali perto de Vila do Conde. O meu filho gosta de jogar futebol com os amigos, gosta do FC Porto, porque quando era mais pequeno os primos, mais velhos, massacravam-no a dizer que o FC Porto é que era bom, mas não liga nada, às vezes nem sabe que há jogos. Já aconteceu eu ter convites para ir ver jogos, até importantes, ao estádio do Dragão, e ele nem vai.

Porque é que sobe as equipas e depois prefere ir treinar para a II Liga?

O campeonato da II Liga é muito desgastante e competitivo e sucedem-se com frequência momentos bons e maus. E há pessoas que têm muita dificuldade em lidar com momentos maus, o que provoca sempre atritos. São relações conflituosas a nível institucional, não é nada de pessoal.

Foi por isso que decidiu não continuar esta época no U. Madeira?

Um mês antes do fim da época o presidente propôs-me renovar e eu não aceitei, expliquei-lhe as razões e ele compreendeu. Às vezes o melhor é acabar logo ali a relação, em paz. Porque quando há atritos, no ano seguinte, em que passámos de ser uma equipa que ganha muitas vezes para uma que normalmente ganha pouco, eles vão-se acentuar. E é para evitar isso que eu prefiro voltar à Liga de Honra, porque é menos complicado suportar uma derrota esporádica do que ter a alegria de uma vitória de vez em quando na I Liga.

A subida do U. Madeira, no último minuto, foi um milagre?

Não.

Mas a quatro jornadas do fim estava a cinco pontos do Chaves, a quatro do Covilhã e a quatro do Tondela.

E nas oito anteriores chegamos a estar a 11. Nós vínhamos a ganhar pontos sistematicamente e sabíamos que se fizéssemos o pleno tínhamos grandes hipóteses. Perdemos dois pontos, mas ainda assim subimos. Falou-se em milagre porque houve aquele golo do Tondela nos descontos, que nos garantiu a subida em detrimento do Chaves. Mas a questão é que se não tivéssemos ganho na 1ª jornada, em Aveiro, esse golo não teria servido de nada.

Ainda tem o sonho de chegar a um clube grande?

Não, nem nunca foi uma situação que me preocupasse. Fiz sempre a carreira que quis. Claro que todos têm a ambição de treinar o Benfica, o FC Porto ou Sporting. Mas como nunca se proporcionou, não guardo qualquer tipo de mágoa.

Teve convites para o estrangeiro?

Vários, para clubes árabes, para África… Também fui convidado pelo campeão polaco, o Zaglebie Lubin (em 2007). Até fui lá, estive na cidade uma semana. Mas nenhuma dessas situações se concretizou, essencialmente por desacerto de verbas. Para eu aceitar ir para o estrangeiro, só se valer mesmo a pena. Já me ofereceram o dobro ou o triplo do que ganho cá, mas acho que não é suficiente. Ser emigrante é tremendamente difícil, por isso teria que ser algo completamente irrecusável.

Qual foi o melhor jogador que já treinou?

O Drulovic. E o curioso é que ele veio treinar à experiência no Gil Vicente.

Como é que foi isso?

Ele tinha fugido da guerra na Jugoslávia e foi para a Suécia. Havia lá um português com um restaurante que é irmão de um antigo dirigente do Gil Vicente, o sr. Carlos Coutada, agora vice-presidente da FPF. Ele ligou ao irmão a dizer que tinha lá três jugoslavos que gostavam de vir para Portugal. No primeiro treino, ao fim de 15 minutos fui ter com o presidente, o sr. Francisco Dias, e disse-lhe: “Aquele ali, não o deixe sair”. Os outros dois não eram nada de especial. Passados uns anos encontrei um deles no aeroporto de Frankfurt, ele era lá funcionário. Mas o Drulovic era genial, como demonstrou depois no FC Porto e no Benfica.

O que é que lhe falta ainda fazer no futebol?

Ganhar. Eu sei que já subi muitas equipas, mas independentemente da divisão onde estiver, espero continuar a ganhar e a atingir os objectivos definidos. Este ano, o meu objectivo é subir o Chaves, é esse o meu título.

Se quisesse, já tinha dinheiro suficiente para deixar o futebol e ficar tranquilo?

Se fosse para fazer a vida que tenho hoje, não iria ficar mal. Não sou rico, mas não sou pessoa de extravagâncias nem ligo a coisas caras, a roupas ou a carros, o meu Mercedes chega-me. Mas o futebol faz-me falta. Este stresse que o futebol nos traz ajuda-nos a estarmos vivos.

É religioso?

Acredito em Deus. Não sou praticante, mas tenho duas santas protectoras, a Nossa Senhora de Fátima e a Santa Rita de Cácia, que é ali de Ermesinde e onde vou com frequência. Não sou de ir à missa, não sou de rezar à noite ou de fazer promessas, mas trago sempre comigo, no bolso ou no carro, duas imagens pequeninas, em cartão, da Senhora de Fátima e da Santa Rita. Sei que não é por causa disso que se ganha ou perde, mas é a minha fé.

Por Carlos Torres publicado in SÁBADO

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