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Um soldado de Lee (1862) por Jorge Luís Borges

Um soldado de Lee (1862) por Jorge Luís Borges

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Uma bala apanhou-o na ribeira
duma clara corrente cujo nome
ignora. Cai de borco. (É verdadeira
a história e mais de um homem foi aquele homem.)
O ar de ouro move as ociosas
folhas dos pinheiros. A paciente
formiga escala o rosto indiferente.
Sobe o sol. Já mudaram muitas coisas
(mudarão sempre) até certo
dia do porvir em que te canto
a ti, que sem a dúvida do pranto
caíste como um homem morto.
Não há um mármore que guarde tua memória
seis pés de terra são tua obscura glória.

in Museu & Outros poemas, Jorge Luis Borges, Fenda, 1982, tradução de Jorge Sousa Braga

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