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Maria Elisa Queiroz (1925)

Maria Elisa Queiroz (1925)

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MARIA Elisa Teixeira de Barros Queiroz nasceu em 1925, na Quinta do Mosteiro, em Grijó, Vila Nova de Gaia. Tinha 20 anos quando casou com José Pinto de Queiroz. Fruto do matrimónio nasceram 11 filhos, oito rapazes e três raparigas, mas gosta de acrescentar que ainda deu uma ajuda na criação de alguns dos 25 netos e 27 bisnetos. Fez a quarta classe e mais tarde, com 17 anos, foi para o Porto tirar um curso de modista, profissão que exerceu pela vida.

“O meu pai era regedor da Junta de Alijó e tinha uma fábrica de manteiga. Nunca faltou nada em casa. Criava dois porcos para a salgadeira e mandava curar uns presuntos na casa de um lavrador amigo. Quando a gente ajudava a fazer algum trabalho tínhamos um lanche melhorado com presunto e água-pé. Como a minha mãe era muito boa cozinheira e doceira recebi esse dom dela. Outra das suas facetas era ajudar os pobres que a procuravam. Também herdei dela esse gesto. Em todos os natais fazia rabanadas em quantidade suficiente para as minhas filhas distribuírem, em travessas, pelas ilhas onde moravam os pobres”, recorda Elisa Queiroz.

Aprender corte e costura foi como planear o futuro: “Cresci tranquila e com tempo para fazer o que gostava. Fui sempre muito resolvida e gostava de ajudar nos recados da casa, ia e vinha num pé só. Quando fui para o Porto tirar o curso de modista estava já a pensar no dia de amanhã. Depois, cheguei a ter dez jovens a aprender corte e costura na minha casa. Algumas passaram a trabalhar por sua conta e outras chegaram a encarregadas e gerentes de fábricas de confecções. Costurei e fiz muitas saias, vestidos e blusas para gente da alta, como a Leonor Quintas ou a Virgínia Campos, minhas amigas. Hoje seria aquilo a que se chama uma estilista. Eu comprava muitas revistas para tirar modelos, mas inovava sempre”.

Com os filhos a nascer e a crescer o descanso para Elisa Queiroz era um passar pelas brasas: “Metia os filhos na cama e costurava pela noite dentro. Se houvesse um vestido de noiva para entregar só me deitava quando estava pronto, duas ou três da manhã. Depois, levantava-me às seis, ia à missa e vinha para casa preparar o pequeno-almoço para o marido, que trabalhava no Porto, como inspector de produtos químicos e farmacêuticos. Com um rancho de filhos, ia todos os dias, logo pela manhã, ao mercado fazer compras. O arroz e o açúcar eram comprados num armazém em sacos industriais. A doçaria, marmelada, geleia e compotas fazia para o ano todo”.

Leia a notícia na íntegra na edição impressa da A VOZ DA PÓVOA.

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