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O I gastava fortunas em cosméticos para disfarçar a sua pinta que era um sinal de nascença. Mal podia, tornava-se maiúsculo e metia com quantos dentes tinha como só os crescidos conseguem. No fundo, o I era um ingénuo: não imaginava que aquela marca de fabrico lhe dava uma distinção inimitável, um toque de originalidade na sua elegância natural. Aliás, todas as vogais lhe cobiçavam a linha e a pequena lua cheia. Vítima dos seus complexos, quando se ouvia intensamente em palavras ou frases, julgava reconhecer um «ih! ih!» ou um «hi! hi!» de troça.

Por Regina Guimarães in Abecedário Abetardário

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