António Nobre (1867-1900)
Os astros virginais, as límpidas estrelas / Que eu vejo reluzir nas amplidões do ar!
Inma Doval (1966)
I / n / v / e / r / n / O corpo só / no desamparo / rubindo polos tellados / baixo os que agora te deitas. // Repousa vagalume no océano.
António Rebordão Navarro (1933-2015)
Subjacente à sua voz existe / o mapa da cidade feita aos poucos, / nos pequenos interstícios das crises, / dos ventos e da chuva, da erosão.
Regina Gouveia (1945)
Encarcerados nas arcas / os linhos saíam por vezes à luz do dia, em busca de ar / renovado
Filipa Leal (1979)
Demoro-me neste país indeciso / que ainda procura o amor / no fundo dos relógios,
Fernando Echevarría (1929)
Ficou-lhe a paz. Do tempo / em que, movido o olhar à santidade, / parávamos no campo vendo
Francisco Duarte Mangas (1960)
que procuro no maio reescrito / cerejas, manhã de ervas / húmidas pelos rios de basto
Inês Lourenço
Não precisa de respiração assistida / para o ar lhe circular entre os vocábulos. Nem / jaz inerte e horizontal numa febre letárgica / que lhe impõe caminhos
Daniel Filipe (1925-1964)
Um amor como este / não pede mar ou praia: / somente o vento leste / erguendo a tua saia.