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Maria Mendes: o Jazz levou-a do Porto a Nova Iorque

Maria Mendes: o Jazz levou-a do Porto a Nova Iorque

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A CRÍTICA especializada diz que é uma das vozes mais promissoras do jazz europeu. Nascida no Porto, há 27 anos, Maria Mendes tem ganho notoriedade no estrangeiro, com vários prémios conquistados. Por cá, ainda poucos a conhecem. No entanto, recentemente, Maria Mendes gravou o primeiro disco, “Along the Road”, e recebeu um convite para integrar a programação do muito exclusivo clube de Jazz nova-iorquino Blue Note, o mais emblemático a nível mundial, onde actuará a 27 de Janeiro de 2014. “É um sonho tornado realidade. Trabalhei muito para isso”, diz, a propósito, a cantora.

Não obstante o sucesso alcançado, o jazz foi, para Maria Mendes, uma escolha tardia. “Por forte influência familiar, sentia-me mais vocacionada para a música clássica. Fiz formação nessa área. Comecei por estudar canto lírico, porque era ópera o que se ouvia mais lá em casa. Depois, também cursei piano”, conta, ao JN, numa das suas breves passagens por Portugal.

A paixão pelo jazz foi sendo cimentada com álbuns de Frank Sinatra, Nat King Cole e Nina Simone que pertenciam ao pai. Por curiosidade começou a escutá-los. “Isto aconteceu por volta dos 15 anos”, afirma.

“Aos bocadinhos, o jazz foi entrando. Ao fim de sete anos a estudar canto clássico, que tem um cânone rigoroso e que continuo a admirar imenso, entendi, que queria mudar”.

A opção ganhou mais força quando experimentou cantar, pela primeira vez, entre amigos, os clássicos “My Romance” e “Somewhere over the Rainbow”.

“Ao descobrir que era possível improvisar, fiquei fascinada. Quando se faz música clássica, é a pureza da interpretação que interessa. Nesse sentido, não há lugar para o improviso. Cantar jazz é muito diferente. Na altura, senti uma sensação de liberdade imensa”.

Estava assim marcada uma viragem no seu percurso que se mostrou auspiciosa e que a levaria a rumar até à Universidade de Roterdão, na Holanda, para aperfeiçoar os estudos na nova área. Antes, porém, fez questão de concluir o curso clássico, ao mesmo tempo que concluía o bacharelato em jazz na Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo do Porto.

Na Holanda, onde reside há seis anos, aproveitou para participar em concursos internacionais de jazz. Com isso, explica, quis testar os seus próprios limites.

“Ter participado nos concursos permitiu-me ganhar o à-vontade perante o público. É um teste forte. Mas, para mim, o palco é a minha casa”.

O facto de ser mais conhecida no estrangeiro do que no país de origem não a desgosta. “A ligação com Portugal assenta num enorme carinho e respeito. Tentarei sempre fazer alguma coisa cá, mas não sinto que a minha batalha seja essa. Orgulho-me de ser portuguesa, mas ajustei-me à realidade em que vivo”.

Por Ana Vitória in http://www.jn.pt/

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