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Mariana Pintalhão, 29 anos

Mariana Pintalhão, 29 anos

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O GOSTO pela investigação manifestou-se cedo. Ainda o curso de Medicina ia a meio, já Mariana Pintalhãoparticipava em trabalhos experimentais no âmbito de Investigação Básica Cardiovascular no Serviço de Fisiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), dedicando-se ao “estudo funcional das propriedades diastólicas do cardiomiócito e sua modulação pelo sistema renina-angiotensina um modelo de músculo papilar isolado”.

Os trabalhos correram bem. Em 2009, já a investigadora maiata se tornava membro daUnidade de Investigação & Desenvolvimento Cardiovascular do Porto, sediada na FMUP. Tudo isto antes de finalizar o Mestrado Integrado em Medicina, em 2010, com um trabalho sobre os “Efeitos miocárdicos da angiotensina 1-7 e seu papel na função contráctil após hipóxia-reoxigenação”.

Atualmente com 29 anos, Mariana Pintalhão encontra-se a frequentar o programa doutoral em Ciências Cardiovasculares da FMUP, focando-se no papel de biomarcadores circulantes como ferramentas de diagnóstico e prognóstico na Insuficiência Cardíaca. Está especialmente “envolvida no estudo do papel do sistema endógeno da relaxina na insuficiência cardíaca”, explica a médica-cientista.

É autora ou coautora de mais de 35 resumos científicos apresentados em congressos nacionais e internacionais e de 7 artigos publicados em revistas internacionais indexadas na ISI Web of Science. Os trabalhos em que participou foram galardoados com 4 prémios científicos.

Simultaneamente, frequenta o Internato de Formação Específica em Medicina Interna no Centro Hospitalar de São João, estando já no 5º ano. Mas ainda encontra espaço na sua agenda para contribuir para o ensino dos colegas mais novos, sendo assistente de Fisiologia e Fisiopatologia do Mestrado Integrado em Medicina da FMUP desde 2013.

Mais recentemente, foi distinguida com o Prémio Príncipe da Beira em Ciências Biomédicas, um galardão instituído pela Fundação D. Manuel II, pela Universidade do Minho e pelo município de Guimarães com o objetivo de apoiar projetos de pós-graduação de excelência desenvolvidos por investigadores com menos de 40 anos, no domínio das ciências biomédicas.

– De que mais gosta na Universidade do Porto?

A Universidade do Porto tem conseguido ao longo da sua existência renovar-se e atualizar-se mantendo-se com um espírito jovem. Mantém-se numa busca constante da excelência, não se contentando com o que é suficiente mas procurando sempre ser melhor não só a nível nacional mas cada vez mais a nível internacional.

– De que menos gosta na Universidade do Porto?

Sei que referir a burocracia será provavelmente  um lugar-comum. E reconheço que muito tem sido feito nomeadamente pelo recurso a plataformas digitais e à Internet mas sem dúvida que muito mais podemos fazer. De fato vivemos numa época em que só quem não tem imaginação não identifica possibilidades de agilizar e facilitar os processos burocráticos.

As dificuldades económicas nomeadamente no que se refere aos recursos destinados à investigação e estudos do terceiro ciclo são também uma realidade que, não dependendo exclusivamente da Universidade do Porto, nela se reflete pelo que não posso deixar de referir.

– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Continuar a expandir as colaborações internacionais e a projeção da Universidade no mundo.

– Como prefere passar os tempos livres?

Viajar para conhecer outras realidades e outras culturas. Conviver com a família e amigos. Passear e apreciar a natureza. Fazer desporto ao ar livre, nomeadamente aqueles que envolvem o mar.

– Um livro preferido?

É uma pergunta fácil mas de resposta difícil. Tem variado ao longo do tempo mas atualmente, referiria talvez antes um autor – Mia Couto, com a sua linguagem tão rica em neologismos.

– Um disco/músico preferido?

Pensando em música dos dias de hoje, Patrick Watson.

Mas sem dúvida que a musica clássica ocupa um lugar de destaque nos meus gostos musicais e destacaria Bach como um dos meus compositores preferidos.

– Um prato preferido?

O arroz de frango da minha avó.

– Um filme preferido?

Amigos Improváveis. O Escafandro e a Borboleta.

– Uma viagem de sonho (realizada ou por realizar)?

Realizada – viagem à Austrália e Nova Zelândia em 2012.

Por realizar – todas as que se seguem.

– Um objetivo de vida?

Ser melhor na minha família, com os meus amigos, na minha profissão e com as pessoas que me rodeiam.

– Uma inspiração?

Os meus pais.

– O projeto da sua vida…

Dedicar tempo de qualidade à minha família.

Ser feliz.

– Como avalia a situação investigadores em Portugal?

Infelizmente, nem sempre a investigação foi devidamente valorizada em Portugal. Os constrangimentos económicos que vivemos têm tornado precária a vida de muitos investigadores de elevada e reconhecida qualidade e a procura de trabalho fora em instituições estrangeiras reflete, em parte, esta realidade. São necessários incentivos e estratégias de promoção e valorização desta carreira, que poderá ter elevado valor no desenvolvimento económico e social no nosso país.

Por Olga Magalhães publicado in in http://noticias.up.pt/

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