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José Ferraz (1960)

José Ferraz (1960)

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Jose_Ferraz_vpJOSÉ Ferraz nasceu em 1960 em Matosinhos, mas vive na Póvoa há 25 anos. É casado com Gracinda Ferraz há 34 anos. Concluiu a 3ª classe e foi trabalhar como moço de lavoura. Também aprendeu a arte de guarda-soleiro e, entre outras profissões, trabalhou na construção civil, foi carniceiro e vigilante nocturno. O desemprego fê-lo regressar à velha profissão de guarda-soleiro. “Desde os 7 anos que acompanhava o pai de um cunhado meu, que era guarda-soleiro, pelas ruas e aldeias de Matosinhos. Aos poucos fui aprendendo a arte. A miséria habitava a nossa casa e o meu pai tirou-me da escola para ganhar a vida e o prato na casa de um lavrador. Levei muitas calcadelas dos bois a lavrar, sachar ou a tirar batatas da terra. Aos 15 anos, cansado da escravatura, construi em madeira um carrinho de guarda-soleiro, mais conhecido por Roda do Guarda-soleiro. Tinha uma roda de carroça em madeira e com o aro em ferro. Para amolar colocava o carrinho numa posição que libertava a roda onde era colocada, por cima do aro, uma correia de transmissão de tela que, por sua vez, fazia girar um esmeril com a ajuda de um pedal. Comecei a calcorrear as ruas de Matosinhos, Leça, Sª da Hora, São Mamede Infesta, Foz do Douro e o Porto em Geral. Fazia-me anunciar com uma gaita-de-beiços e oferecia os meus préstimos no conserto de guarda chuvas ou a afiar facas e tesouras. Andei uns tempos, mas acabei por abraçar outras profissões”.

O regresso à actividade de guarda-soleiro, a tempo inteiro, aconteceu porque José Ferraz ficou desempregado: “com a crise perdi o emprego de vigilante, mas tenho esta escapatória para ganhar a vida. Não é a primeira vez que regresso a esta actividade. O carrinho que tenho hoje, todo em ferro e com uma roda de motorizada, foi construído por mim há mais de 30 anos. Tenho também uma pequena oficina no quintal, com um esmeril eléctrico, onde, nas horas vagas, faço alguns arranjos de guarda-chuvas e amolo facas e outros utensílios domésticos e agrícolas. Tenho clientes certos como talhantes, alfaiates e costureiras. Há pessoas de Trás-os-Montes que vêm passar férias à Póvoa e trazem as suas ferramentas de corte a minha casa. Quando regressam à terra já levam tudo afiado e arranjado. É gente com posses”.

Por José Peixoto. Leia a notícia na íntegra na edição impressa da A VOZ DA PÓVOA

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